Ao completar 45 anos em junho de 2018, a AFIPOL renova seu compromisso com uma indústria que, nestes mesmos 45 anos, cresceu, solidificou-se e consolidou-se como um importante segmento dentro do universo das embalagens. A maturidade da entidade e do próprio mercado reflete-se nas conquistas destes anos e na certeza de que o desenvolvimento sustentável é um pilar sólido de suas atividades como principal voz do setor no mercado de sacaria de ráfia.
Desde a sua criação, a AFIPOL trabalha para fomentar o desenvolvimento da indústria brasileira de fibras poliolefínicas e defender o setor e seus associados, nacional e internacionalmente. A busca por oportunidades de negócios, atualização tecnológica e capacitação dos profissionais do setor são frentes importantes desta atuação.
As 11 empresas que assinaram a Ata de Fundação da AFIPOL em 1973 - Spumar, Equipesca, Cia. Jauense, Textilplast, Cacique de Embalagens, Cia. União Manufatora de Tecidos, Fitesa, Empla Embalagens, M. Lepper, Plásticos do Paraná e Tecidos Yolanda – apostaram no potencial de um setor que apesar da maturidade, mantém vivo o desafio de se reinventar e crescer.
“Quando chegei ao Brasil, em outubro de 1981, eram produzidas cerca de 40 mil toneladas de ráfia por ano. Hoje, este número gira ao redor de 220 mil toneladas anuais, comprovando o enorme crescimento do setor no universo das embalagens industriais”, relembra Peter Jungblut, da Starlinger do Brasil.
Segundo ele, dois fatos foram os mais marcantes nesta trajetória. “Primeiro a introdução da tecelagem circular em grande escala, a partir de 1980, pela Divani, em sua unidade em Canoas (RS). Graças a esta ação, hoje praticamente todas as embalagens de ráfia são fabricadas com esta tecnologia que garante maior competitividade em comparação à tecelagem plana usada anteriormente.”
O outro fato histórico lembrado por Jungblut foi a produção de big bags de ráfia em substituição a embalagens menores - 25 Kg a 50kg - na agroindustria e no setor petroquímico. “Esta mudança refletiu o grande avanço na mecanização da agroindústria e viabilizou o uso de embalagens maiores, com capacidade para até uma tonelada.
Foi esta história que o primeiro presidente da AFIPOL, o empresário Haribert Frustockl, da Equipesca Equipamentos de Pesca, ajudou a escrever entre 1974 e 1975. Outros 25 mandatos se sucederam após este primeiro, sendo que 13 empresários foram presidentes; alguns cumprindo mais de um mandato e não necessariamente consecutivo. O atual presidente, o empresário Ricardo Vívolo, por exemplo, já encabeçou a entidade entre 2013 e 2015; seu mandato atual vigora até 2019.
“Lembro que no início da AFIPOL, uns poucos empresários entenderam que o setor de fibras poliolefínicas poderia alçar voo solo. E assim foi, empreendemos, trabalhamos duro e hoje chegamos a uma entidade enxuta, mas extremamente representativa deste setor”, celebra Vívolo.
Peter Jungblut completa: “Até hoje, a grande importância da AFIPOL também está em trabalhar junto aos órgãos governamentais e aos fornecedores de matéria-prima, para que a indústria desfrute de condições mais justas”. Ele lembra que como resultado deste trabalho, o setor conseguiu estabelecer regras para a importação de produtos concorrentes, de forma a proteger os grandes investimentos do setor contra a concorrência desleal estrangeira. “São igualmente importantes, os levantamentos periódicos das capacidades instaladas e da produção real do setor, feitos por uma entidade neutra e imparcial como a AFIPOL, e que garantem informações importantes para os associados traçarem seu planejamento estratégico.”
Jungblut não tem dúvidas de que o futuro da entidade - e da própria indústria - depende justamente da união dos associados da AFIPOL na defesa de regras justas e equilibradas nos sistemas tributário e trabalhista. E completa: “Isto inclui a negociação, em nível nacional, de regras mais favoráveis para a importação de bens de capital não disponiveis no mercado nacional (ex-tarifário). Hoje o setor está sendo prejudicado por processos demorados e onerosos quando comparados aos enfrentados pela concorrência em outros países fabricantes de embalagens de ráfia.”
Outro empresário bastante envolvido com a entidade e com o setor é Reinhard Bosse, da CNB Assessoria Empresarial. Embora ele admita que em sua história a AFIPOL tenha enfrentado alguns altos e baixos, o empresário ressalta a importância de uma gestão mais moderna, que abriu a entidade para a associação dos principais fornecedores. Também foi importante a abertura da associação para os fabricantes de contentores flexíveis (big bags). “Vale ressaltar que um dos resultados mais importantes alcançados pela AFIPOL nos últimos anos foi facilitar o acesso dos fabricantes locais a tecnologias de ponta que garantiram a qualidade e a produtividade que vimos hoje e que são comparáveis às do mercado mundial.”
Hoje, como representante máxima do setor, a AFIPOL reúne 21 empresas, distribuídas em todo o território nacional e que transformam mais de 200 mil toneladas de polipropileno (PP) por ano. Estas empresas, de pequeno, médio e grande porte, aplicam tecnologia de ponta na conversão de resinas termoplásticas e na produção de sacaria de ráfia, contentores flexíveis, cordas, fibras, telas e tecidos técnicos.
Os associados da AFIPOL estão distribuídos em diversas regiões do Brasil – Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul. Juntas, estas empresas faturam R$ 1,8 bilhão e empregam 8.668 colaboradores. A produção total das empresas associadas à AFIPOL representa 80% da conversão do mercado brasileiro de ráfia de polipropileno (PP).
Sobre o futuro deste mercado? Reinhard Bosse acredita que sempre haverá novas aplicações e novos mercados para a sacaria de ráfia. Contudo, ele confirma que a sacaria tradicional está migrando cada vez mais para a sacaria soldada. A participação do big bag e dos tecidos técnicos também cresce. “Ou seja, o futuro de nossa indústria está garantido por muitos anos.”
O presidente, Ricardo Vívolo, confirma: “Nossas indústrias, praticamente todos associados, estão maduras, tecnologicamente equipadas e aptas a absorver inovações em matéria-rima, processos e modelos de gestão. Os mercados também estão prontos para responder positivamente a este cenário, especialmente a partir das reformas iniciadas em 2016 - vigência do teto dos gastos e ajuste fiscal, reforma trabalhista, aprovação da TLP (Taxa de Longo Prazo), projetos de concessões, contas externas mais ajustadas e ausência de preços reprimidos”.