Ao completar 51 anos em junho de 2024, a AFIPOL renovou seu compromisso com uma indústria que, nestes mesmos 51 anos, cresceu, solidificou-se e consolidou-se como um importante segmento dentro do universo das embalagens. A maturidade da entidade e do próprio mercado reflete-se nas conquistas destes anos e na certeza de que o desenvolvimento sustentável é um pilar sólido de suas atividades como principal voz do setor no mercado de sacaria de ráfia.
Desde a sua criação, a AFIPOL trabalha para fomentar o desenvolvimento da indústria brasileira de fibras poliolefínicas e defender o setor e seus associados, nacional e internacionalmente. A busca por oportunidades de negócios, atualização tecnológica e capacitação dos profissionais do setor são frentes importantes desta atuação.
As 11 empresas que assinaram a Ata de Fundação da AFIPOL em 1973 - Spumar, Equipesca, Cia. Jauense, Textilplast, Cacique de Embalagens, Cia. União Manufatora de Tecidos, Fitesa, Empla Embalagens, M. Lepper, Plásticos do Paraná e Tecidos Yolanda – apostaram no potencial de um setor que, apesar da maturidade, mantém vivo o desafio de se reinventar e crescer.
“Quando chegei ao Brasil, em outubro de 1981, eram produzidas cerca de 40 mil toneladas de ráfia por ano. Hoje, este número gira ao redor de mais de 200 mil toneladas anuais, comprovando o enorme crescimento do setor no universo das embalagens industriais”, relembra Peter Jungblut, da Starlinger do Brasil.
Segundo ele, dois fatos foram os mais marcantes nesta trajetória. “Primeiro a introdução da tecelagem circular em grande escala, a partir de 1980, pela Divani, em sua unidade em Canoas (RS). Graças a esta ação, hoje praticamente todas as embalagens de ráfia são fabricadas com esta tecnologia que garante maior competitividade em comparação à tecelagem plana usada anteriormente.”
O outro fato histórico lembrado por Jungblut foi a produção de big bags de ráfia em substituição a embalagens menores - 25 Kg a 50kg - na agroindústria e no setor petroquímico. “Esta mudança refletiu o grande avanço na mecanização da agroindústria e viabilizou o uso de embalagens maiores, com capacidade para até uma tonelada.
Foi esta história que o primeiro presidente da AFIPOL, o empresário Haribert Frustockl, da Equipesca Equipamentos de Pesca, ajudou a escrever entre 1974 e 1975.
Outro ex-presidente da AFIPOL, Ricardo Vivolo, da Embrasa, comenta: “lembro que no início da AFIPOL, uns poucos empresários entenderam que o setor de fibras poliolefínicas poderia alçar voo solo. E assim foi, empreendemos, trabalhamos duro e hoje chegamos a uma entidade enxuta, mas extremamente representativa deste setor”.
Peter Jungblut, da Starlinger do Brasil, completa: “Até hoje, a grande importância da AFIPOL também está em trabalhar junto aos órgãos governamentais e aos fornecedores de matéria-prima, para que a indústria desfrute de condições mais justas”. Ele lembra que como resultado deste trabalho, o setor conseguiu estabelecer regras para a importação de produtos concorrentes, de forma a proteger os grandes investimentos do setor contra a concorrência desleal estrangeira. “São igualmente importantes, os levantamentos periódicos das capacidades instaladas e da produção real do setor, feitos por uma entidade neutra e imparcial como a AFIPOL, e que garantem informações importantes para os associados traçarem seu planejamento estratégico.”
Jungblut não tem dúvidas de que o futuro da entidade - e da própria indústria - depende justamente da união dos associados da AFIPOL na defesa de regras justas e equilibradas nos sistemas tributário e trabalhista. E completa: “Isto inclui a negociação, em nível nacional, de regras mais favoráveis para a importação de bens de capital não disponíveis no mercado nacional (ex-tarifário). Hoje o setor está sendo prejudicado por processos demorados e onerosos quando comparados aos enfrentados pela concorrência em outros países fabricantes de embalagens de ráfia.”
Outro empresário bastante envolvido com a entidade e com o setor é Reinhard Bosse, da CNB Assessoria Empresarial. Embora ele admita que em sua história a AFIPOL tenha enfrentado alguns altos e baixos, o empresário ressalta a importância de uma gestão mais moderna, que abriu a entidade para a associação dos principais fornecedores. Também foi importante a abertura da associação para os fabricantes de contentores flexíveis (big bags). “Vale ressaltar que um dos resultados mais importantes alcançados pela AFIPOL nos últimos anos foi facilitar o acesso dos fabricantes locais a tecnologias de ponta que garantiram a qualidade e a produtividade que vimos hoje e que são comparáveis às do mercado mundial.”